quarta-feira, 30 de julho de 2008

... não chega de saudade ...

Hoje fui levar Dona Bia no Pronto Socorro. Tadica da minha pequena, assaduras e uma alergia gigante. Crianças não deveriam sofrer, né? Deveriam só precisar brincar, se preocupar com o sabor do sorvete ou com o presente de Natal... Mas não é assim, elas já tem suas pequenas grandes dores, seus pequenos enormes mundos!

Voltando um pouco até ontem... Fui na Bossa na Oca. Para quem não foi, por favor, vá! Não é uma exposição apenas, é uma viagem... Uma delícia de passeio que relaxa nosso cérebro estressado, nos dá história e boa música e nos presenteia com delícias de companhias. Tive o privilégio de passear ontem com duas enciclopédias por perto: Tati K. e Becky. Obrigada a vocês duas por pouparem as mocinhas da exposição do tanto de perguntas que eu faria sem a presença de vocês!!! Bom, pensando na exposição, nas amigas queridas, nas gargalhadas de tirar águas nos olhos..., pensei no que a Tati disse sobre a Bossa: ela nos faz ter saudades, nos faz lembrar, nos faz ficarmos nostálgicos.

Juntando a Bia, os sabores de sorvete e os passeios na Oca, tive saudades da infâncias! rs Aquela infância com batom em formato de Moranguinho (essa foi em sua homenagem Ká!), com elástico pra pular, enquete pra responder, New Kids on the Block pra ouvir, com pastas de papel de carta pra trocar, agenda pra fazer códigos (que a gente mudava toda semana e esquecia depois), letras de música pra decorar, frio na barriga pra sentir e muito patins pra rodar.

Como a simplicidade e a riqueza da Bossa Nova, assim foi a infância pra mim! Como eu quero que a pequena Bia tenha os privilégios da infância e como desejo que, como eu, ela tenha saudades e, ao mesmo tempo, orgulho de ter sido criança!

E assim, a gente vai dançando..., com uma bela Bossa Nova, com lembranças pra aquecer as tardes e com um gostinho de criança, pra gente não virar os adultos chatos que um dia não desejamos ser.

"Tarde cai a tarde
E a sombra vem andando pelo chão Tarde cai a tarde E a saudade Também cai no coração" Antonio Carlos Jobim - Cai a Tarde

domingo, 6 de julho de 2008

Beatriz

Estava aqui escutando a música "Beatriz", pensando na minha Bia.
Hoje eu estou preocupada com ela... Hoje orei por ela, cuidei dela, a observei, a alimentei, como faço todos os dias e, apesar de me assegurar de que todas as suas necessidades estão sendo supridas, há algumas que simplesmente não controlo. Talvez esse seja o maior desafio que a maternidade me apresentou desde que ela nasceu: a falta de controle. Aparentemente, suprimos o que lhe falta, diariamente. Mas, lá no fundo, tenho a certeza de que uma pessoa está crescendo, absorvendo o que vê, o que ouve, o que sente, o que de fato é. Hoje senti um medo enorme da infinidade de crianças, adolescentes e mulheres que ela pode vir a ser e tive que me conformar com uma coisa: eu não posso fazer com que ela seja o que eu quero que ela seja.
Hoje, especialmente, ela estava toda manhosa, chatolenga e irritada. Esses dentes quando resolvem nascer, deveriam vir com uma notificação escrita: paciência, muita paciência, dentes são essenciais, espere-os nascer, COM PACIÊNCIA! rs Haja paciência e amor nesses dias de gengivas inchadas! E, principalmente nesses dias, sou testada no meu ponto fraco: o comportamento da Bia e como ela se relaciona com os outros quando seus gestos não estão totalmente sob meu controle. Gosto quando ela está alegre, risonha, sociável, toda amiga de todos, comendo bem e se alegrando com pedacinhos de chocolate. Nos dias dos dentes (se é que posso chamar assim), seu humor desaparece, sua fome some, sua doçura fica azeda e eu me deparo com o que talvez eu não gostaria que ela fosse: humana... Ela já erra, já peca, já precisa de Deus!
Educar é tão difícil. Só sossego meu coração quando sei que não a educo sozinha e posso contar com a misericórdia de Deus pra descansar minha inquietação. Sei que minha oração faz diferença na vida dela e não vou desistir de mostrar a essa pequena amada o quanto Deus a ama e o quanto precisamos Dele, sempre.
Enquanto as fraldas vão e vêm, durante as mamadeiras e lanchinhos, entre um cochilo e outro... eu vou aprendendo a ser mãe, ela aprende a ser filha, nós aprendemos a ser Filhas...
Te amo Beatriz....